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Música do blog

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

PAUL BUTTERFIELD




Paul Butterfield nasceu em 17/dez/1942, em Chicago, tendo crescido no Hyde Park, lado sul da cidade de características liberais e racialmente integrado. Seu pai, um advogado, e sua mãe, uma pintora, o encorajaram nos estudos musicais desde pequeno. Ele teve aulas de flauta (com a a 1ª flautista da orquestra sinfônica de Chicago) durante todo o ginasial. Aos poucos, Butterfield desenvolveu interesse pelo Blues, música que rolava intensamente no Hyde Park. Ele (gaita) e seu amigo Nick Gravenites (violão) começaram a tocar nos clubes de Blues da região, em 1957. Já na universidade, conheceu outro branco apaixonado pelo Blues, Elvin Bishop. Butterfield já cantava decentemente e, após o contato com Bishop, focou toda sua energia na harmônica, desenvolvendo uma técnica e um tom pessoal. Logo, ele abandonaria a faculdade para perseguir a carreira musical em tempo integral. Butterfield e Bishop (guitarra) passaram a rodar todos os clubes de Blues que podiam, muitas vezes sendo eles os únicos brancos presentes. Acabaram sendo até rapidamente aceitos tal era o entusiasmo e habilidade que demonstravam. Em 1963, conseguiram tornar-se residentes do clube "Big John", na área norte de Chicago, época em que já haviam recrutado a seção rítmica da banda de Howlin' Wolf (com o baixista Jerome Arnold e o baterista Sam Lay). Fizeram sucesso instantâneo com suas versões "hard" para clássicos do Blues. No final de 64, foram descobertos pelo produtor Paul Rothchild (que mais tarde ficaria célebre por trabalhos com The Doors e Janis Joplin). Adicionaram um guitarrista solo, Michael Bloomfield, e assinaram com o selo Elektra. As primeiras sessões de gravações foram marcadas por atritos entre Butterfield e Bloomfield, mas em poucos meses o respeito pelo talento mútuo prevaleceu e a química floresceu em shows. Uma canção, "Born In Chicago" (escrita por Nick Gravenites), foi incluída numa coletânea do selo Elektra, "Folksong '65", e gerou forte burburinho ao redor da banda. No verão de 1965, voltaram ao estúdio e registraram o álbum de estreia, adicionando um organista, Mark Naftalin (que seria efetivado).


Paul Butterfield foi o primeiro gaitista branco a desenvolver um estilo suficientemente original e forte capaz de entronizá-lo no panteão dos verdadeiros grandes do Blues. Além disso, não dá para minimizar os tantos caminhos e portas que Butterfield abriu... antes dele, músicos brancos tratavam o Blues com cuidado, receosos de soarem cópias lavadas e descoradas. Ele não só abriu espaço para músicos brancos trabalharem sobre as tradições do Blues (ao invés de apenas replicarem-nas), como também seu som incendiário causou enorme impacto ao conseguir capturar público branco e apresentá-lo ao Blues elétrico (público esse que até então considerava somente o Blues acústico do Delta como o único genuíno). Suas gravações iniciais datam de meados dos anos 60, apresentando a hoje lendária primeira edição da Paul Butterfield Blues Band, racialmente integrada fundindo Blues elétrico com Rock'n'Roll, psicodelia, Jazz e até música indiana. Na medida que muitos daqueles membros (incluindo Michael Bloomfield e Elvin Bishop) seguiram seus próprios caminhos, o impacto geral da música de Butterfield diminuiu, ainda que seu estilo na harmônica amplificada tenha mantido adoradores apaixonados. Lá pelos meados da década de 70, ele já tinha praticamente sumido da cena musical, cheio de problemas de saúde e com vícios por drogas (que acabariam roubando-lhe a vida prematuramente). Ainda assim, a grandeza do impacto inicial da música de Butterfield garantiu-lhe um lugar de destaque na história.